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Coronavirus: Enfermagem e Saúde Mental

  • Prof. Claudio Brazil
  • 2 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

O número de casos do coronavírus vem aumentando e se aproximando fisicamente de nós, porque de forma digital ele já estava muito próximo de alguns que tomaram consciência mais rapidamente da pandemia do que de outros que por negação ou ignorância não deixavam "a ficha" cair.

A chegada do vírus em nosso meio é um potente fator ansiogênico em função do medo do desconhecido. A angústia por ter que lutar com um inimigo oculto e que está interferindo na dinâmica da sociedade e modificando as relações sociais, vem aumentando a cada hora que passa.

O homem é um ser social e hoje sua vida depende de seu isolamento sociedade o que interfere profundamente na sua vida psíquica fortalecendo ou enfraquecendo dependendo da singularidade de cada um.

Apesar do isolamento social existe a necessidade das pessoas se comunicarem com o mundo externo. O isolamento social traz reflexões. Muitas verdades precisam ser ditas: Te amo, te odeio, tu sempre foi importante para mim, sempre te detestei e assim por diante. Depois da pandemia com certeza o mundo e as pessoas vão ser diferentes. As relações humanas vão serem modificadas.

Espero que solidariedade e empatia sejam os sentimentos que prevaleçam para que o amor ao próximo seja fortalecido tendo por base o fortalecimento do amor por si mesmo.

Os profissionais, e aqui vou me reportar aos colegas enfermeiros e a equipe de enfermagem. Tecnicamente tenho certeza de que estão preparados para enfrentarem essa batalha pela vida. Eles sabem disso, mas como seres humanos também sentem medo do desconhecido. Muitos talvez no calor da batalha buscando salvar vidas, vão acabar realizando suas atividades sem todos os EPIs . Vão estar colocando em risco sua saúde e arriscando a contaminação de seus familiares o que irá gerar uma situação de sofrimento desses profissionais. Para eles o que vai prevalecer vai ser a vida do paciente que depende deles. Eles não vão esmorecer, vão fazer tudo que for possível e muitas vezes até o impossível, ultrapassando seus próprios limites físicos vencendo o cansaço. Esta é a sua missão, isso é seu ideal de vida seu senso profissional.

A jornada de trabalho vai ser extenuante (mas espero que contrariando a medida provisória do governo federal, sejam jornadas dignas!). Corpos vão ter que serem retirados. As emoções e a saúde mental vão ser abaladas.

Surge a importância de um outro grupo de colegas que por conhecerem as nuances da profissão vão estar muito bem preparados para dar o suporte necessário e auxiliar na proteção emocional dos colegas para que não fraquejem perante o caos que possa estar instalado. São os enfermeiros de saúde mental que vão estar juntos nessa batalha.

Esse profissional vai poder também trabalhar com os conflitos de pacientes acometidos pela doença e todo o medo e sofrimento que ela traz. Vai poder trabalhar com os familiares e suas angústias. Vai poder deixar os outros enfermeiros que vão estar na correria que vai fazer parte da rotina hospitalar. Quanto mais tranquilos estiverem mais conseguirão dar assistência para aqueles que mais necessitam.

Isso tudo vai passar e depois de passado esse momento quero ter o prazer de poder dar um abraço em todos vocês comemorando a vitória que tenho certeza que terão!

Contem comigo se eu puder ajudar!



 
 
 

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