A enfermagem precisa mudar o discurso: chega de somente nos queixarmos e vamos à luta!
- Prof. Claudio Brazil
- 8 de jun. de 2019
- 2 min de leitura

Tenho visto muito nas redes sociais, postagens sobre o tema do adoecimento mental dos profissionais de enfermagem. Já vi inclusive uma declaração que apresentava um número percentual bastante alto em torno de 60% de profissionais adoecidos mentalmente, muitos com tentativas frustradas ou com sucesso de suicídio. Não referia o estudo como chegou a esse número, portanto, questionável...
Os colegas que estão me dando a honra de ler esse texto eu pergunto, quantos de vocês tem ao seu lado profissionais com esse problema? Tenho certeza de que a maioria vai responder nenhum, e muito poucos vão dizer um ou dois.
Então me questiono: Onde estão os indivíduos que confirmam a hipótese de que a enfermagem está adoecida? Suicídio ou tentativa de suicídio estão em alta na sociedade como um todo, e não é exclusividade de uma profissão ou de uma categoria profissional.
A Enfermagem é uma profissão estressante, porque trabalha com a dor, o sofrimento e a morte. Lida com a esperança de vida na qual a vida não tem mais esperança. O profissional da enfermagem tem que ser empático, viver o outro sem ser o outro, tem que entender e compreender o que está acontecendo com o outro sem ser um julgador.
Todas essas situações podem trazer muito sofrimento e trazem, para o profissional de enfermagem, mas não permite que seja afirmado que a enfermagem esta adoecida, até porque para essa “doença” existe “vacina”, e muito eficaz, chamada SUPERVISÃO.
Se essa “vacina” não está sendo aplicada, não é a profissão que está doente, mas é sim, o serviço que é relapso e omisso e os profissionais acomodados que não lutam por essa “vacinação”.
Vejo, com frequência, órgãos de classe postando sobre o adoecimento da enfermagem, mas não vejo nenhuma ação deles para minimizar o problema que eles identificam. Claro que é muito mais fácil fazer um belo texto sobre a doença da enfermagem do que capitanear a luta por um piso salarial e uma carga horária justa para os trabalhadores da enfermagem.
Ter um piso salarial digno e uma carga horária justa são antídotos para a possibilidade de adoecimento da profissão e dos profissionais de enfermagem.
A Enfermagem é uma profissão que exige muita dedicação, doação e amor ao que faz, além de cientificidade e profissionalismo de todos aqueles que a exercem.
O “coitadismo” e a “vitimização” não vão levar a lugar nenhum. Agora, a conscientização e a luta por aquilo que acreditamos ser o melhor para a profissão vão nos levar ao sucesso profissional e a melhoria da qualidade de vida dos profissionais enfermeiros.
Os profissionais tem que acreditarem que a mudança é possível, tem que saírem da sua zona de conforto e partirem para a luta em busca do melhor para a enfermagem, como ciência e como profissão, que, com certeza, terá reflexo nos profissionais e, por consequência, na assistência a ser prestada em benefício dos assistidos.
A luta para ter sucesso tem que ser uma ação coletiva e não um desejo individual!
Para os enfermeiros de Pelotas fica um desafio: reativar a ASSOCIAÇÃO DOS ENFERMEIROS DE PELOTAS (AENFPEL)!
# 30 HORAS JÁ
# PISO SALARIAL PARA A ENFERMAGEM
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