Enfermeiro, comprometimento e qualidade da assistência
- Prof. Claudio Brazil
- 30 de mar. de 2019
- 3 min de leitura

Ficar submetido a um tratamento de longa duração leva as pessoas a se tornarem resistentes a se submeterem ao mesmo. A maioria dos pacientes com doenças crônicas tem dificuldades para aderirem ao tratamento.
Os profissionais da área da saúde têm que estarem muito atentos a essas manifestações de resistência ao tratamento para poderem minimizar esses efeitos, conquistar a confiança do paciente para então poder ajudá-lo a recuperar a saúde ou a encontrar uma melhor forma de conviver com seu problema.
Os enfermeiros e técnicos de enfermagem aprendem na sua formação acadêmica a cuidar do homem da doença e não só da doença do homem. Os profissionais de enfermagem aprendem a tratar o homem e suas circunstancias.
O profissional consciente é aquele que cumpre com os compromissos assumidos com seus assistidos. Faltar ao compromisso ou se atrasar em um atendimento com hora marcada, passa a ideia de desinteresse, o que vai facilitar a não adesão ao tratamento.
Reconhecer a importância do paciente em uma relação é fundamental para que ela se torne terapêutica. Sem o paciente não existe profissional nem sua profissão.
Tudo parte do princípio do respeito. Respeito ao outro, respeito ao grupo a que pertence e principalmente do respeito a si mesmo.
O respeito ao outro vem através da empatia estabelecida, ou seja, ter a capacidade de colocar-se no lugar do outro, sentir como se fosse o outro sem ser o outro. Se eu estivesse no lugar dele como eu gostaria de ser tratado.
O respeito ao grupo vem das ações e das atitudes desenvolvidas pelo indivíduo que possam representar a valorização daquele serviço e não ações ou omissões que venham a denegrir a imagem da equipe ou do serviço como um todo, como por exemplo faltar a um compromisso assumido com o paciente.
O respeito a si mesmo está ligado a imagem que transmito como pessoa e como profissional embora não tenha como dissociar uma da outra. Não tem como uma má pessoa ser um bom profissional. Sou comprometido com o que faço e com os compromissos assumidos ou sou relapso. Faço as atividades com denodo e prazer ou simplesmente cumpro horário sentado em uma sala ‘’ BRINCANDO DE TRABALHAR’’.
O discurso até pode ser bonito, mas o que vai proporcionar a mudança são os exemplos e as atitudes. Faltar a um compromisso assumido demonstra falta de respeito com o outro, desinteresse e desqualifica o profissional que assim age e o serviço no qual ele está inserido. O paciente perde a confiança, não adere ao tratamento e discurso nenhum consegue modificar essa situação, uma má atitude pode colocar todo um trabalho bem feito a perder. Temos que refletir sobre nossas atitudes enquanto profissional da saúde pois delas dependem a qualidade de vida de muitos e a tranquilidade de muitas famílias. O profissional não pode nunca ser um agente facilitador da cronificação do outro.
A qualidade da assistência tem que ser medida não só pelos aspectos técnicos, melhora do quadro, mas também pelo nível de satisfação do paciente e seus familiares.
A falta de comprometimento do profissional e o desrespeito com o paciente e sua família dificulta a adesão ao tratamento e arranha a imagem do serviço. Nenhum outro compromisso é maior do que aquele já assumido.
Para prestar uma assistência de qualidade o profissional tem que ser técnica e cientificamente preparado, mas principalmente tem que ser comprometido e respeitoso com o paciente, sua família e por consequência com seu grupo de trabalho e com o serviço a que está ligado.
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