NOMOFOBIA COMO UM FLAGELO SOCIAL
- Prof. Claudio Brazil
- 14 de out. de 2018
- 3 min de leitura

Apesar de estar com o mundo ao alcance das mãos, o homem está cada vez mais só. Pode até ter milhares de amigos ou seguidores mas tem poucos com quem possa dialogar pessoalmente. Aquela conversa de boteco está cada vez mais rara. As pessoas até vão ao boteco, mas cada uma acompanhada de seu celular, sem interagirem umas, com as outras, só conversando na hora de dividir a conta.
Os namorados pouco conversam, ficam lado a lado mas cada um ligado em suas próprias redes sociais, como se o outro não existisse ou não estivesse ali presente. Fazer uma declaração de amor só por mensagem.
Tem algumas pessoas que só conseguem dormir estando ligadas ao celular e quando acordam a primeira coisa que fazem é acionar suas redes sociais e assim, passam a maior parte do dia.
A NOMOFOBIA está se tornando um grande flagelo social pois está acabando com as relações interpessoais e os contatos estão deixando de ser pessoa a pessoa e estão passando a ser aparelho x aparelho alterando assim uma essência do ser social. O homem está em solidão no meio da multidão.
NOMOFOBIA é o medo exagerado de perder sua comunicação. É a relação patológica entre o indivíduo e seu aparelho celular, onde ele é escravo desse meio de comunicação. Sente um grande medo, um verdadeiro pavor só com a possibilidade de ficar sem seu celular ou sem acesso a internet. E isso produz um quadro ansioso com um desconforto muito grande para a pessoa acompanhado pelos concomitantes físicos da ansiedade.
Toda sua vida, e seu prazer está centrado ao redor de seu celular, sua única fonte de felicidade é estar conectado em suas redes, sem isso tudo perde o sentido. Não consegue se desligar e quando isso acontece sofre muito com a separação. O celular toma todo o seu tempo, pode perder o casamento sua família, o emprego ou amigos mas não perde a conexão.
As relações estão cada vez mais impessoais, falta contato epidérmico, falta o olho no olho, o “face too face” e, isso produz cada vez mais a NOMOFOBIA.
As tecnologias avançam cada vez mais todos os dias e não podem serem desprezadas, mas elas tem que estarem a serviço do homem e não torna-lo seu escravo.
As relações sociais interpessoais precisam serem estimuladas cada vez mais e para isso o trabalho em grupo assume uma importância fundamental, pois é através dessa atividade que vão ser trocadas experiências pessoais que podem trazer benefícios a um e outro, claro que sem o celular.
A nomofobia tem que ser vista como uma doença que realmente é! E ser tratada como uma dependência, onde a interação em grupo aparece como uma das principais saídas para a problema. A prevenção está no uso adequado, sem exageros, do celular e das redes sociais.
Na infância é extremamente importante o papel dos pais ao estabelecerem limites para o uso dessas ferramentas tanto no que diz respeito ao tempo de uso, locais em que podem ser usados, e principalmente ao conteúdo a que as crianças estão sendo expostas.
Para os adolescentes tem que haver uma conscientização da importância do uso correto e da patologia que pode surgir se assim não for feito. O uso sem limites e exagerado pode levar a dependência.
Os adultos também têm que estarem conscientes da importância da adequação do uso impondo regras e limites para o acesso das redes sociais como, por exemplo, não as usar aos fins de semana, reservando esse tempo para a convivência com outras pessoas e encontrar outras fontes de prazer sem estar online. Voltar para as reuniões sociais, para as festas ou aos botecos sem estar acompanhado do aparelho celular.
Conversar com pessoas que estão ao seu lado é uma grande saída para prevenir ou combater a nomofobia e, ainda, transformar a sociedade tornando-a muito mais humana e fraterna, onde as pessoas interagem com outras pessoas sem a intermediação de um aparelho.
Comentarios