AUTOIMAGEM E ENFERMAGEM

Para minimizar os efeitos das frustrações diárias; dos preconceitos e seus efeitos; e da intolerância é necessário que a pessoa tenha uma auto-imagem fortalecida. A auto-imagem é constituída pelos conceitos e valores que a pessoa tem de si mesmo.

A falta desse fortalecimento faz surgir o medo do julgamento dos outros, daquilo que eles pensam ou dizem, o torna uma pessoa insegura e dependente. A pessoa vai encerrar-se em casa ou dentro de si mesma.

A baixa auto-estima vai fazer com que o indivíduo tenha dificuldade em aceitar- se, o que irá dificultar sua inserção social e, principalmente, sua comunicação com o outro, tornando-a uma pessoa acomodada e arredia a situações novas.

A pessoa tem que descobrir o seu valor e não esperar que os outros atribuam esse valor a ela, pois eles vão avaliar e julgar baseados nos seus princípios. Não podemos nos acomodar na opinião alheia, devemos sim, buscar encontrar a verdade e os valores que estão dentro de nós.

Ao não sair de seu casulo o indivíduo cria uma zona de conforto, a acomodação que o impede de crescer e desenvolver-se como um ser único e social.

A acomodação impede a criatividade e, com isso, diminui sua visão de futuro e suas perspectivas, o que faz com que a pessoa perca a esperança e a vontade de lutar por uma melhor qualidade de vida.

Por outro lado, a pessoa precisa, também, desprender-se da ideia de que já sabe tudo e de que sempre tem razão, sendo assim, o dono da verdade e que o pensamento dos outros não tem nenhum significado. Essa situação não mostra uma auto-imagem forte, mas mostra sim um conceito de si mesmo engessado e aprisionado pela onipotência, o que irá dificultar suas relações interpessoais, seu convívio em sociedade e, principalmente, seu crescimento como indivíduo.

O homem precisa conhecer o seu mundo interno e aprender a lidar com seu conteúdo, tem que encontrar o material que está lá impedindo seu crescimento e fazer a faxina necessária. Quando isso não for possível de ser feito sozinho a ajuda de um profissional se torna muito importante.

A verdadeira felicidade, a segurança e o amor próprio só podem ser encontrados no mundo interno e quando acionados produzem uma paz interior que é o alicerce do crescimento como pessoa. Quando procurados fora do mundo interno o que pode ser encontrado é a ilusão, uma visão distorcida da realidade, algo que pode se dissipar a qualquer momento, trazendo, assim, a insegurança e o desprazer, produzindo uma baixa auto-estima.

O homem tem que saber o que ele é e acreditar em si, mas nunca pode esquecer que o outro existe com seus valores também e que os limites de ambos precisam ser respeitados. Esse respeito proporcionara uma convivência harmoniosa que é o alicerce de uma sociedade sadia. Cada um tem que viver sua própria vida e a união do eu com o outro, forma o social.

Pensando o lado profissional, o enfermeiro para exercer com eficiência sua profissão tem que ser criativo para vislumbrar o futuro da enfermagem, tem que fazer a faxina interna para melhor entender o outro e necessita de uma auto- imagem fortalecida.

O profissional de enfermagem tem que acreditar no que sabe e no que pode fazer, tem que sair do casulo e ser um exemplo motivador para a equipe de enfermagem. Tem que se fazer respeitar, muito mais pelo que faz do que pelo que diz. Dizer sem fazer é pobre em conteúdo!

O enfermeiro tem que estar sempre atento no moral da equipe para evitar a acomodação, pois se a equipe não estiver feliz, cai o rendimento e o maior prejudicado será sempre o paciente que é a razão maior do fazer da enfermagem, sem ele não existiria aquele que cuida do enfermo e nem gente cuidando de gente.

O moral baixo está intimamente ligado a baixa auto-estima e isso precisa ser muito bem trabalhado com a equipe. Deve ser encontrado o meio termo entre a prepotência e a submissão, através do fortalecimento da auto-imagem e o trabalho de grupo e em grupo é o melhor caminho para atingir esses objetivos e humanizar ainda mais a assistência de enfermagem.