INTOLERÂNCIA, FRUSTAÇÕES E O ENFERMEIRO
- Prof. Claudio Brazil
- 26 de ago. de 2018
- 2 min de leitura

A velocidade com que as coisas acontecem, somadas a impessoalidade das relações, fazem com que a capacidade de suportar as frustrações fique diminuída o que torna as pessoas mais intolerantes e prontas para o conflito.
A vida perde o sentido e o significado da violência impera cada vez mais. Hoje uns agridem os outros por motivos banais, matam por poucos trocados. O amor ao próximo está quase deixando de existir, a solidariedade não faz mais parte do dia a dia em um mundo que é cada um por si e sem Deus por todos.
Milhares de pessoas morrem todos os dias e seus corpos vão ser queimados em cremação ou vão se decompor nos cemitérios, enquanto as filas de espera por um órgão para transplante aumentam cada vez mais. O egoísmo faz com que uns joguem ao fogo ou as larvas a esperança de vida de muitos outros.
Falta empatia nas relações humanas e sociais, a busca louca e desenfreada pelo ter está impedindo e/ou dificultando cada vez mais a capacidade de ser.
As pessoas estão se amando cada vez menos e, isso, dificulta a elas poderem amar o outro. Uma pequena advertência ou chamada de atenção pode ser o estopim para uma atitude extrema como o suicídio, que é a maior demonstração de desamor por si mesmo. Um pequeno erro no transito pode ser o motivo para uma grande briga.
Profissionais, como os da enfermagem, sendo agredidos por familiares de pacientes que descarregam sua dor e frustrações sobre aqueles que estão ali para buscar o alivio da dor e do sofrimento. A capacidade de tolerância está cada vez menor. É o ódio suplantando a capacidade de amar. É o instinto de morte sobrepujando o instinto de vida.
As cobranças que as pessoas impõem a elas mesmas ou são impostas a elas pelo meio em que vivem, podem funcionar como ponto de partida para que um sentimento de frustração seja instalado. Expectativas não alcançadas podem se tornar uma inesgotável fonte de frustração e de desprazer.
As pessoas precisam aprender a lidar com suas frustrações, precisam aumentar seu limite de tolerância, elas têm que exercitar sempre sua capacidade de resiliência, de amar a si mesmo para poder amar o próximo.
É imperioso que se estabeleçam relações sociais interpessoais, pois aquele perde sua capacidade de se relacionar com o outro perde um pouco de sua essência humana.
Temos que cultivar e desenvolver nossa capacidade de dizer eu te amo, muito mais do que dizer eu te odeio, isso com certeza irá expandir a capacidade de tolerar e diminuir as situações de frustração
O que acontece na vida pessoal, com certeza, também acontece na vida profissional, porque é impossível haver uma dicotomia pessoal e profissional. Portanto, se sou um intolerante no pessoal também sou no profissional. Se não sou capaz de suportar ou lidar com minhas frustrações vou transferir minhas angustias para aqueles a quem eu deveria por dever profissional e juramento, aliviar as angustias, as frustrações, suas dores e o sofrimento.
Profissional competente é aquele que, além do conhecimento técnico e cientifico, é capaz de ser empático, de ser resiliente, tolerante e, ainda, lidar bem com suas frustrações, ser altruísta, gostar de gente, se amar e amar ao próximo. Isso é ser enfermeiro! É fazer uma enfermagem mais humanizada!
Comments