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PRECONCEITO, ENFERMEIRO E O CUIDADO DE ENFERMAGEM

  • Prof. Claudio Brazil
  • 19 de ago. de 2018
  • 3 min de leitura

Além da falta de amor ao próximo como um grande flagelo social, temos, também, o preconceito como um grande mal da sociedade.

O preconceito é um conceito pré-estabelecido com todas suas vicissitudes e que na maioria das vezes é um potente alimentador de nossas frustrações. Mesmo quando for uma forma positiva, se nossas expectativas não forem alcançadas estaremos sendo frustrados.

O preconceito pode interferir e atrapalhar um grande amor, quando define que um homem mais velho não pode se apaixonar por uma mulher muito mais jovem ou que uma mulher mais velha não pode se apaixonar por um homem muito mais jovem.

O amor e a paixão de homem por homem, de mulher por mulher, ainda são vistos com reserva ou não são aceitos pela sociedade, apesar dos discursos em contrário. Quando sempre o que deve ser respeitado e valorizado é o amor entre pessoas, independente do sexo ou do gênero. O resto é puro preconceito.

As intolerâncias religiosas também estão intimamente ligadas aos preconceitos, na qual cada congregação pretende mostrar e provar que o seu Deus é melhor que o Deus do outro. Seria muito mais fácil se todas as crenças fossem respeitadas e que cada um pudesse manifestá-la sem ultrapassar o limite do próximo.

A tolerância aumenta a possibilidade de ser feliz, a tolerância entre os amantes fortalece a capacidade de amar. O amor entre pais e filhos é infinito porque é tolerante e isento de preconceitos. A tolerância é o antidoto para o preconceito, pois quanto maior for a capacidade de tolerar menor serão os sentimentos preconceituosos.

Tolerar não significa aceitar tudo, é sim a capacidade de estar aberto ao diálogo e poder colocar-se no lugar do outro para poder entender o que ele sente e pensa. É ser capaz de estabelecer uma relação empática.

O preconceito julga sem o conhecimento, julga pelo que acha e não pelo que sabe. Saber é conhecimento.

Conhecimento se adquire através da vivencia, da experiência e do estudo. O estudo inclui as leituras, as pesquisas e experimentos, assim como toda a formação acadêmica e intelectual. O estudo diário aumenta nosso conhecimento e a nossa capacidade de atuar no meio social, diminuindo, assim, o “eu acho” para aumentar o “eu sei”.

E o enfermeiro e a enfermagem o que tem a ver com isso? Tem tudo a ver, pois o enfermeiro é aquele que cuida do enfermo e a enfermagem é gente cuidando de gente, como dizia Wanda Horta. Portanto, enfermeiro, como gente, apresenta preconceito e isso, se não trabalhado, pode interferir na sua relação e na qualidade da assistência prestada ao paciente.

Assim sendo, é de extrema importância para o seu fazer profissional o enfermeiro aprender a conhecer e lidar com o seu mundo interno e com os seus preconceitos para que eles não dificultem sua capacidade de ser empático.

A falta de empatia embota os sentimentos, diminuindo assim a capacidade de estabelecer uma relação interpessoal terapêutica, interferindo, também, em seu poder de resiliência o que irá favorecer seu embrutecimento.

Ao ser dificultada a relação com o outro estará prejudicada a essência maior do ser enfermeiro que é a prestação de um cuidado humanizado, além de sua cientificidade e preparo profissional.

Lidar com a doença e suas mazelas, enfrentar situações de morte e perda exige do enfermeiro e da enfermagem uma minimização de preconceitos e uma maximização da capacidade de tolerância para, só assim, então, ser capaz de humanizar o seu fazer.



 
 
 

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