ACEITAR O OUTRO, O RESPEITO E O CUIDADO HUMANIZADO
- Claudio Brazil
- 18 de fev. de 2018
- 2 min de leitura

Respeitar o outro é aceitá-lo como ele é, sem que esta condição interfira em como sou, valorizando nossas individualidades. Assim como eu respeito eu quero ser respeitado.
O outro não pode fazer a minha “cabeça” e querer dizer do que eu preciso, mas pode tentar me convencer para eu mudar minha ideia ou minha vida.
Chegamos à casa de um paciente (“aquele que sofre”) ou usuário, de acordo com sua ideologia, e não encontramos nenhuma possibilidade de que ele ou sua família possam mudar, as condições socioeconômicas e culturais, não encontram saída. O que podemos fazer? Se somos tecnicistas vamos impor a ele e sua família uma condição de mudança dentro do parâmetro em que nós, profissionais, julgamos ser o melhor para ele.
Será que isso é justo? O que eu penso é o melhor para ele ou será que é o melhor para satisfazer o meu ego já que sou o “dono do saber”?
Certamente o melhor para ele vai ser o que ele acredita ser bom e, cabe ao profissional mostrar que o que é bom para si não pode intervir no que é bom para o outro.
Normalmente a maioria dos profissionais acreditam que a “verdade” deles é a mais importante. Ledo engano, nessa relação o paciente é o mais importante, sem ele não existe o profissional, agora, sem o profissional o paciente continua existindo, pois pode ser atendido pelo curandeiro, benzedor, pajé, entre outros, mas continuará sendo sempre o paciente. Daí sua importância na relação profissional-paciente.
Você no seu dia-a-dia, respeita seu paciente dando a ele seu devido valor ou acredita que o profissional é o mais importante?
Caso você aceite e respeite o paciente, então você faz uma assistência humanizada, caso contrário é só mais um onipotente, pretencioso e que não sabe lidar com o outro, com o ser humano.
Wanda Horta já afirmava, “enfermagem é gente cuidando de gente”, portanto, para sermos enfermeiros precisamos ser muito mais gente e gostarmos muito mais de gente, ou seja, aceita-los como eles são e ajuda-los a identificar aquilo que eles acham que deve ser modificado, ter a capacidade de entender como eles se veem, tentar vivenciar a realidade deles, mas sem perdermos nossa individualidade.
Posso até tentar convencê-lo de algo, mas jamais vou esquecer que a vida é dele e só ele pode querer modifica-la.
O bom profissional é aquele que acredita e respeita a diversidade cultural. Cada indivíduo tem sua cultura, tem seu mundo interior e tem seus significados que só ele sabe e que só a ele interessam.
Como profissional tenho o dever de aproximar a realidade dele com a realidade do mundo social em que ele está inserido, isso só é possível quando eu tiver a capacidade de ser empático, estabelecer relações interpessoais com respeito ao outro e estar preparado para coordenar grupos terapêuticos, operativos ou psicopedagógicos, no qual as relações grupais possam ser discutidas, respeitando as individualidades de todos os integrantes para que o todo possa ser maior que a soma das individualidades, favorecendo o crescimento de cada um de seus integrantes.
Nossa grande virtude, como profissional, é termos uma formação sólida, mas principalmente, sermos capazes de prestar um cuidado humanizado e defender sempre a assistência humanizada.
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