MARIA, MÃE DE JESUS, SUA GRAVIDEZ E O FAZER DO ENFERMEIRO: UMA REFLEXÃO
- Prof. Claudio Brazil
- 8 de out. de 2017
- 3 min de leitura

Proponho que façamos um exercício, vamos pensar em Maria, mãe de Jesus e nos transportarmos para a época em que adúlteros eram condenados a morte, como ela iria explicar sua gravidez?
Aí está a grande missão do enfermeiro e da enfermagem que é a de se colocar no lugar do outro e procurar compreender o que está se passando com ele, tentar entender o que ele acredita, qual sua crença, sua convicção e, só assim, então, podermos dar uma atenção adequada a todas as suas necessidades.
Maria nunca titubeou em aceitar sua gravidez, mesmo sendo naquela época. Você aceita seu paciente e suas circunstâncias hoje, onde o discurso da democracia e do não preconceito soa mais fácil?
Como você trabalha com as pessoas que sofrem preconceito racial e de identidade de gênero e/ou sexual e está ao seu lado? Seja sincero consigo!
Caso a história de Maria fosse hoje, como seria vista? Uma “louca” dizendo ter sido engravidada pelo Espirito Santo ou uma “perdida” que não sabe quem é o pai da criança?
Você e seu preconceito vão decidir! Assim, muitas vezes, agimos com nosso paciente, julgamos sem saber das circunstâncias. Pense nisso!
Temos que nos colocar no lugar dos outros para sentir suas angustias, isso é ser empático o que é de fundamental importância para ser enfermeiro.
Maria poderia ter sido socialmente execrada, assim como o paciente será se o enfermeiro ou a enfermagem não souber entender e se colocar no lugar dele. O paciente é “aquele que sofre” e não um ser passivo, usuário ou cliente “comercial”.
Para fazer ciência temos sempre que duvidar de nossas verdades, temos que pensar que outras verdades são possíveis.
O que Maria sentiu quando o Anjo Gabriel apareceu para ela? Seria um fantasma? Uma alucinação? Invadiu sua mente e falou de um projeto divino? Sentimento análogo pode estar passando na mente de seu paciente e você precisa entender e valorizar para dar uma assistência de qualidade. Se assim não for, é um faz de conta. Entender as "loucuras" humanas faz com que possamos entender o ser humano.
Você é feliz em sua profissão? E consigo mesmo? Então o que é ser feliz? Procure e encontre estas respostas que seu paciente, com certeza, irá agradecer. Este agradecimento é o maior e melhor pagamento que poderemos ter como profissional.
Se você conseguir encontrar a felicidade nas coisas simples da vida, o caminho para o sucesso está aberto junte a isso a cientificidade, o estudar cada vez mais e será, com certeza, um profissional de sucesso e que valoriza sua profissão.
A única coisa que jamais vai ser permitida é ficar indiferente a dor do outro. A indiferença é a degradação final tanto do ser humano como do ser profissional.
Se não tiver condição de colocar-se no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, então não poderá ser enfermeiro, ou seja, aquele que cuida do enfermo, aquele que entende o enfermo e todas as suas circunstâncias. Estar vivo e feliz apesar da doença é a vitória sobre todas as vitórias e buscar esta condição é o papel fundamental do ser enfermeiro.
Foi muito difícil para os pais de Maria entenderem sua gravidez apesar de conhecê-la muito bem, agora você terá que entender o seu paciente apesar de não o conhecer muito. Só há uma solução, seja empático, ponha-se no lugar dele e tente sentir o que ele sente sem ser ele. Assim estará fazendo uma enfermagem humanizada.
Ser feliz é fazer com que os outros possam se sentir felizes. E isso é ser enfermeiro realizado com sua profissão e com sua vida. Para ser enfermeiro é necessário ser empático, ser destemido como Maria, vencer os preconceitos e buscar sempre a felicidade do outro, através da conscientização e valorização das coisas simples da vida.
Com todos esses valores o enfermeiro e a enfermagem poderão prestar um cuidado muito mais humanizado.
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