O ENFERMEIRO E O ESTÍMULO PARA AUTONOMIA DO PACIENTE
- Claudio Brazil
- 6 de ago. de 2017
- 3 min de leitura

Uma das mais importantes missões do ser enfermeiro que se preocupa com uma assistência de enfermagem humanizada, é a de auxiliar seu paciente na conquista da autonomia.
A essência do assistir em enfermagem está na conquista da autonomia por parte do paciente, é a busca por sua independência em relação a sua situação física, mental e social.
Por definição autonomia é a faculdade de governar-se por si mesmo, ou seja, é o direito ou faculdade de reger-se por leis próprias, é a emancipação ou independência. Está ligado a autodeterminação que é o direito de decidir o próprio destino.
Nada mais importante para o ser humano do que sua capacidade de decidir sobre o seu próprio destino, e isto, é o que normalmente é sonegado a pessoa quando adoece e precisa internar.
Ela perde o nome e passa a ser um leito, toma banho, alimenta-se (almoça, janta) no horário que é determinado pelo hospital. Tudo depende do que for melhor para instituição.
E o pior de tudo é que o paciente, muitas vezes, não tem consciência de seu papel nessa engrenagem, pois sem ele a instituição não existiria, mesmo que alguns profissionais julguem ser o mais importante, mas esses só são dignos de pena, pois se assim pensam não estão honrando o seu juramento.
Quanto mais o paciente puder adquirir sua autonomia, menos dependente ele se tornará do profissional que o está assistindo. Não precisará mais ou tanto da instituição, poderá gerenciar sua própria vida, voltará a ter sua autodeterminação e poderá exercer plenamente o seu direito de estar no mundo e pertencer a ele, ou seja, exercer sua cidadania.
O respeito pelo paciente e todas as suas circunstâncias é o que dá início a uma assistência humanizada e não existe respeito maior do que tornar esta pessoa independente do nosso cuidado, isto é desenvolver a autonomia e a autodeterminação. Ela é a maior interessada e a maior responsável pelo seu próprio tratamento. Eu quero, eu posso!
O paciente crônico ou cronificado que fica muito tempo internado perde suas referências com o meio social extra-muro e, se o enfermeiro acredita em um cuidado total, ele necessita ser o elo de ligação ou ponte do paciente com toda a sociedade que o cerca, não só do ambiente hospitalar ou institucional, mas também com o mundo lá fora.
Pessoas com muitas décadas de internação como os pacientes psiquiátricos das antigas instituições hospitalares para poderem sair da instituição necessitam de meios alternativos, pois muitos perderam suas referências sociais, a sociedade muda a cada instante, a cada minuto e se a pessoa não estiver inserida nela, não consegue acompanhar seu desenvolvimento.
Para suprir esta lacuna entre a instituição e a sociedade surgem os residenciais terapêuticos que têm como objetivos maiores a busca da autonomia e autodeterminação daquelas pessoas que tiveram suprimido um bom tempo de suas vidas pela internação. O residencial busca tirar os pacientes da condição de internados e institucionalizados para a condição de moradores de um lar o qual será o seu local de moradia, sendo respeitadas suas características pessoais, seus gostos e poderão criar seus costumes, um local onde poderão redescobrir o que gostam e o que não gostam e também descobrir novas experiências e novas situações novas situações. Podem decidir e explorar novos sentimentos e tornarem-se agentes de sua vida.
Mas nem só os que ficam internados são alijados sociais, outros tantos que estão vivendo no meio social são alijados pela doença, pelo preconceito, pela ignorância ou até mesmo pela falta de estímulo, muitas pessoas vivem sem darem-se conta do que está acontecendo ao seu redor, seu mundo é o seu umbigo e, com certeza, elas não têm autonomia, pois não agem e nem interagem com o meio social no qual estão inseridas. Isso desequilibra os planos bio-psico-social-espiritual do indivíduo. Caberá ao enfermeiro no seu processo assistencial suprir esta falha e encaminhar o paciente para busca de sua autonomia. Funcionando muito bem o Grupo de discussão do jornal do dia. A pessoa bem informada está inserida no seu meio tem sua autonomia e solidifica sua autodeterminação.
Independente do diagnóstico ou do estado saúde/doença, a pessoa sempre tem que ser estimulada a recuperar ou conquistar sua autonomia tanto em relação problema quanto em sua relação com o mundo e nesse espaço o enfermeiro tem muito o que fazer, só precisa estar atento e disposto a isso.
Faça um belo curativo mas ensine o paciente fazer o mesmo, mostre os princípios científicos, estimule a autonomia e torne a assistência de enfermagem muito mais humanizada.
#vocêtrabalhaaautonomiadoseupaciente?
Comments