EDUCAÇÃO PERMANENTE E O ENFERMEIRO
- Claudio Brazil
- 18 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

A educação permanente faz parte do crescimento de qualquer profissão e de seus profissionais. Quanto mais aprendemos mais temos certeza de que devemos aprender cada vez mais. Se não nos atualizarmos constantemente, iremos gradativamente ficando defasados e, com isso, a qualidade do nosso fazer vai diminuindo.
Novos conhecimentos, novas tecnologias vão surgindo quase que diariamente e os profissionais precisam acompanhar essas novidades. No mundo moderno, a velocidade dos novos conhecimentos aumenta cada vez mais. A comunicação é global e instantânea. Os “jurássicos” vão perdendo espaço por não se atualizarem. Ser “jurássico” não depende de cronologia de vida, mas depende sim da ausência de atualização constante, não depende de idade, mas de estudo.
O enfermeiro, no seu dia-a-dia, atua na condição de saúde ou na condição de doença das pessoas, do indivíduo ou da comunidade. A vivencia prática ou seu fazer tem que ser solidificado com o conhecimento teórico atualizado.
A enfermagem tem suas regras gerais no atendimento do paciente, mas o enfermeiro tem que atender ao indivíduo com todas as suas circunstâncias, que são só dele, e em todos os planos físico, psíquico, social e espiritual. Para isso, é necessário um estudo individual afim de poder ser estabelecido um plano de cuidado. O que serve para um, não necessariamente vai servir para o outro. A necessidade de estudo e atualização aumenta cada vez mais.
Além do plano físico, o avanço do conhecimento das patologias, da farmacologia com seus efeitos e paraefeitos, o surgimento das teorias de enfermagem associado aos processos de assistência de enfermagem fez com que o enfermeiro tivesse que aprimorar seus conhecimentos de forma muito muito mais intensa e abrangente, incluindo o estudo dos processos de comunicação, das relações interpessoais e grupais.
O enfermeiro tem que conhecer e praticar conceitos como empatia, resiliência, tolerância e fé, através da fé como conceito poderá atender a espiritualidade, a religiosidade e a crença de seus pacientes.
É de fundamental importância para a assistência de enfermagem de qualidade que o enfermeiro esteja muito bem preparado para entender o que se passa no plano psicológico de seu assistido e para isso, além do conhecimento teórico, ele precisa conhecer seu próprio mundo interno, suas ações e reações. Quanto mais a pessoa conhece a si mesmo, mais fácil fica conhecer o outro.
Além de conhecer o outro e a si, o enfermeiro se defronta, no seu cotidiano, com a morte, a dor e o sofrimento e, isso, o “balança” e faz sofrer, o que nos mostra a necessidade de supervisão sistematizada e continua sendo, assim, facilitado seu crescimento como pessoa e como profissional. A supervisão sistematizada e pré-estabelecida é também uma forma de educação permanente.
O enfermeiro “chefe”, como coordenador do serviço de enfermagem, tem como dever estimular a educação permanente em seu âmbito de atuação, ter em seu serviço o setor de educação permanente, organizar grupo de estudo e pesquisa, enfim estimular o crescimento intelectual de todos os membros da equipe.
Muitos irão dizer que no serviço não tem tempo para se pensar nisso, mas se houver vontade e serem retirados diariamente 30 minutos do “período de fofoca”, com certeza sobrará tempo para o estudo, supervisão e muito mais.
Em muitos locais, os profissionais encontram-se desmotivados e acomodados o que dificulta qualquer mudança, pois eles são refratários as mesmas. Nada que uma boa supervisão não resolva.
A instituição tem que acreditar e estimular a educação permanente e ter como um de seus objetivos, além da assistência de qualidade, a criação de novos conhecimentos, pois ali é um campo fértil para estudos e pesquisas.
A academia, com suas Faculdades têm que serem responsáveis pela continuidade da educação formal dos egressos, através de cursos de atualização, especialização, mestrado e doutorado. Devem, também, em parceria com as instituições de assistência estimular programas de Residência.
Os Gestores de Saúde, também são responsáveis e deverão estimular seus serviços e servidores a desenvolverem a educação permanente, pois isso, com certeza, qualificaria a assistência prestada. Estimular é dar as condições necessárias para que os servidores possam estudar, tanto na educação formal quanto na educação permanente no campo de trabalho com grupos de estudo e pesquisa. Estar aberto a parcerias com instituições de ensino para produção de novos conhecimentos e qualificação profissional.
A qualificação abre as portas do mercado de trabalho e a educação permanente qualifica a assistência e, uma assistência de qualidade e humanizada é a missão maior do enfermeiro.
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