EMPATIA COMO PONTO DE PARTIDA PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA
- Claudio Brazil
- 17 de dez. de 2016
- 3 min de leitura

Pensar em realizar um cuidado humanizado é começar conhecendo a empatia, pois este é o ponto de partida de qualquer relação ou de qualquer cuidado com estas características.
Empatia é colocar-se no lugar do outro, sentir como se fosse o outro sem ser o outro, ou seja, sem perder sua individualidade ou sua identidade.
Ser empático é um estado de espírito, é uma filosofia de vida no qual o respeito, a tolerância pelo outro faz parte da sua essência como ser humano.
A visão de mundo é expandida uma vez que a original passa a ser acrescida pela do outro e o sentir como se fosse o outro amplia o universo, a visão de mundo, dando uma maior capacidade de entender o que está acontecendo.
Entender o que se passa com o outro dará ao enfermeiro instrumentos para melhor lidar com a situação enfrentada.
Ao realizar qualquer atividade devemos nos perguntar: “e se aquele que vai sofrer nossa ação fosse alguém muito intimo ou alguém de que eu gostasse muito como eu agiria”? Tenho certeza que darei sempre o melhor de mim em benefício do paciente.
Para ser empático é necessário que antes de qualquer coisa o enfermeiro conheça a si mesmo, viaje ao seu mundo interno, busque a saída de seus labirintos.
No seu dia-a-dia o profissional se defronta com o sofrimento, a dor, a doença e a morte e, tudo isso, vai se alojar no mundo interno tanto no consciente quanto no inconsciente, mas principalmente no inconsciente e devido a esta situação existe a necessidade de um suporte adequado para o passeio ao mundo interno e este suporte é o auxílio de um profissional preparado e de uma supervisão constante.
Após o autoconhecimento realizado e fortalecido vai se tornar muito mais fácil o conhecimento do outro, o poder de sentir o que ele sente, vivenciar o mundo dele sem perder a sua própria identidade.
Ao colocar-se no lugar do outro, o enfermeiro passa a entender seu assistido através dos sentimentos desse que é quem tem a dor, o sofrimento, as dúvidas e as inseguranças perante essa experiência de adoecimento que está vivenciando, e assim, o profissional poderá realizar um planejamento mais adequado para atender as necessidades apresentadas pelo paciente com qualidade e humanização.
Estabelecer uma relação empática com o paciente, ajuda o enfermeiro a ser mais tolerante e respeitoso com seu assistido, facilita muito a aceitação do paciente como ele é e não como gostaríamos que ele fosse. Isso é muito relevante para assistência de enfermagem, pois o maior interessado neste processo todo é o próprio paciente porque é ele que sofre.
A relação empática faz com que o enfermeiro entenda melhor e valorize a pessoa que está sob seus cuidados, suas queixas, suas angustias.
Ao compreender melhor o outro o enfermeiro poderá dedicar a ele uma assistência mais qualificada através de uma relação interpessoal terapêutica. O paciente requisitante e poliqueixoso que muitas vezes é rejeitado pela equipe, através de uma relação de empatia será melhor entendido por todos e sua assistência com certeza será a mais digna e qualificada.
Assim começa a humanização da assistência de enfermagem!
A empatia facilitará a interação do enfermeiro com o paciente, a tolerância, o respeito entre ambos como individuo único para que ambos cresçam e o resultado esperado será otimizado.
O enfermeiro tem que ser capaz de entender o outro, auxiliar no alivio de seu sofrimento, esclarecer suas dúvidas, dar suporte na sua insegurança e compartilhar de suas alegrias, suas crenças e esperanças.
Sendo a enfermagem gente que cuida de gente, o enfermeiro tem que estar preparado para atender o indivíduo e suas complexidades. Dessa relação interpessoal poderá nascer uma relação de empatia e assim está aberto o caminho para uma assistência de enfermagem humanizada.
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