O enfermeiro como educador e o cuidar de gente
- Claudio Brazil
- 8 de out. de 2016
- 3 min de leitura

Eu não quero ser erudito, especialista, mestre ou doutor. Eu quero simplesmente atender o ser humano e cuidar de gente. Este sempre foi meu norte como enfermeiro e como professor de Enfermagem.
A titulação é de extrema importância para o indivíduo, como profissional e para a própria profissão. É necessário e imprescindível para o desenvolvimento da profissão e do profissional a formação acadêmica, porém ela não pode sobrepor a essência de ser enfermeiro que é a capacidade de cuidar/assistir ao enfermo. Uma coisa não exclui a outra!
O enfermeiro não pode ficar preso a uma sala ou laboratório, ele tem que pesquisar e aplicar o resultado de sua pesquisa com as pessoas a quem ele assiste e também divulgar aos outros enfermeiros suas descobertas para melhora da assistência prestada.
Ser enfermeiro é ser gente capaz de atender gente e gostar muito de gente!
Para ser um bom profissional tem que se ter orgulho daquilo que se faz, em nossa e pela nossa, profissão.
O enfermeiro tem que ter princípios e uma vida regida pela ética e pelo respeito ao ser humano e suas circunstâncias.
Uma das principais funções do enfermeiro é a de ser educador e para isso é necessário que estejamos muito preparados, pois a responsabilidade de educar é muito grande. Uma técnica mal aplicada pode ocasionar a morte da pessoa. E também uma ação educativa, uma orientação dada de forma errada pode da mesma forma ocasionar a morte do assistido. Este é um exemplo extremo, mas serve como uma forma de alerta frente a uma possibilidade real.
Nossa responsabilidade como agente educador é muito grande e temos que estar muito preparados para exercer esta função que é inerente a nossa profissão.
Temos que estar abertos ao novo e estudar cada vez mais para podermos transmitir com segurança nosso conhecimento através de nossa orientação.
Na função de educador podemos ter a responsabilidade sobre a formação de novos enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes de saúde.
E antes de qualquer técnica temos que ensinar os futuros colegas a serem gente e, principalmente, que gostem de gente.
Enfermagem não se faz apenas dentro de um posto de enfermagem em frente de um computador. Enfermagem se faz junto ao paciente, sentindo seu cheiro e ouvindo suas dúvidas e lamentações. Só assim poderemos auxiliar no alívio de seu sofrimento. Devemos compartilhar suas alegrias, crenças e esperanças. Somente desta forma seremos uteis e importantes para ele.
Ensinar técnicas e manejos não é difícil, mas ensinar a ser gente é muito complicado, pois isso atinge também nosso mundo interno com nossas vivências, crenças e preconceitos.
O enfermeiro educador é um formador de opinião, hábitos, conceitos e preconceitos.
Trabalhar com gente, como gente e para gente é fazer uma assistência humanizada e, isso tem que ser nosso norte como profissionais, porque se não for assim seremos totalmente dispensáveis.
Aqueles que seguiram a carreira docente não conseguem escapar do papel de educador.
Ser educador, como já foi dito, faz parte da essência do ser enfermeiro.
Ao orientar o tratamento, os cuidados como a saúde ou os aspectos da prevenção e redução de danos, o enfermeiro está desempenhando o seu papel de educador.
Orientar o paciente quanto ao uso das medicações, seus efeitos colaterais e o que fazer para minimizar estes paraefeitos faz parte da educação em saúde.
Trabalhar com grupos na instituição ou na comunidade, discutir os problemas surgidos no grupo, orientar, desenvolver hábitos, desfazer preconceitos quando necessário, mostrar a importância do tratamento, principalmente nos casos crônicos, sanar dúvidas que possam surgir. Isto tudo é ser educador, é ser enfermeiro proativo e importante para o paciente e sua comunidade.
Para que tudo isso possa acontecer é de extrema importância estarmos preparados para exercer nosso papel de educador. Nosso preparo vem de nossa formação e de nossa capacidade de estudo e principalmente da vontade de aprender e estudar muito.
Precisamos gostar de gente, estarmos preparados para atender gente com toda sua especificidade e complexidade.
Isso é ser enfermeiro, é ser educador, é estar preparado para prestar uma assistência humanizada!
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