IPF, TORTURA E A SAÚDE: UMA REFLEXÃO
- Prof. Claudio Brazil
- 9 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
A reportagem apresentada no jornal Zero Hora sobre a decisão de um juiz em interditar o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF) induziu-me à reflexão sobre as condições de atendimento à saúde e a assistência prestada aos pacientes e familiares em vários locais por este Brasil.
A corrupção e a roubalheira promovida por alguns governantes e seus amigos, limpam os cofres e, a assistência à saúde e a qualidade de vida vão acabando.
Profissionais mal pagos, sem estrutura de trabalho, falta material e medicamentos que muitas vezes inviabilizam o atendimento.
Enquanto alguns correm atrás da tocha olímpica, gastando dinheiro e tempo, brasileiros apodrecem nas macas dos hospitais.
Muitos vivem ou morrem nas cadeiras ou no chão das unidades de emergência e nos pronto-socorros.
E isso o juiz não vê tortura?
Aqueles que esperam por vários anos por consulta, exames, tratamento não estão sendo torturados?
Os familiares dos que morreram esperando por um remédio ou tratamento não foram e não estão sendo torturados, senhor juiz?
A atenção à saúde no Brasil é uma tortura, pessoas sofrem, pessoas morrem sem assistência!
E os profissionais da saúde são explorados e mal pagos, sem condições físicas e estruturais como podem fazer milagres?
E os funcionários com seus salários parcelados não estão sendo torturados? Com certeza eles não estão em um completo estado de bem-estar físico e psíquico.
Se ao menos eles pudessem ter auxilio moradia...
Para não dizer que não falei de flores, concordo plenamente com o magistrado no que diz respeito a busca pela humanização desta instituição e da assistência.
Do modo que foi apresentado pela reportagem não pode continuar! Os responsáveis têm que serem punidos. Os pacientes têm o direito de serem bem tratados, com humanização e respeito.
Outro fator preocupante é a visão da sociedade representada pelas pessoas que deram sua opinião sobre a decisão do juiz nas redes sociais, em relação à doença mental e aos seus portadores.
No IPF estão pessoas com doença mental que cometeram algum ato criminoso, mas nem por isso devem ficar jogados a própria sorte, no meio de fezes e da sujeira. São seres humanos doentes que precisam de tratamento psiquiátrico e humanizado.
Quanto ao fato de os próprios doentes estarem fazendo a limpeza, isso quando bem trabalhado poderia fazer parte do tratamento na busca pela ressocialização. Pode ser uma atividade de praxiterapia, mas jamais uma mão de obra barata.
Temos muito que refletir!
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/policia/noticia/2016/07/estado-maltrata-internos-no-instituto-psiquiatrico-forense-afirma-juiz-6403877.html

Comments