Alguns passos no processo de assistir pelo enfermeiro
- Prof. Claudio Brazil
- 12 de mar. de 2016
- 2 min de leitura

Durante toda a minha vida profissional sempre pratiquei um exercício antes de iniciar qualquer atividade tanto na assistência quanto no ensino. Eu sempre me perguntava, e se aqueles que iriam sofrer a minha ação fosse alguém da minha família ou alguém muito querido, como eu gostaria que fossem tratados. Não fui perfeito, mas sempre dei o melhor de mim.
No relacionamento do enfermeiro com o paciente tem que haver uma situação de empatia. O enfermeiro tem que ser empático, empatia é um estado de espirito, um princípio de vida, é um ideal a ser perseguido e vivido.
Empatia é colocar-se no lugar do outro, sentir como se fosse o outro, sem ser o outro. Pensa e sente como o outro sem ser outro e sem perder sua individualidade.
Saber o que o outro sente ou o que o outro quer só conseguimos através da observação e do ato de conversar e assim e só assim que podemos iniciar ou estabelecer uma relação interpessoal terapêutica.
A relação interpessoal terapêutica acontece quando os participantes estão em sintonia, imbuídos de um mesmo objetivo na busca da recuperação do paciente ou na melhora da sua qualidade de vida o terapeuta está disponível ao paciente e esse entrega sua saúde e sua vida aquele, numa relação de confiança mutua ambos crescem e saem fortalecidos desta relação.
O enfermeiro por ser o profissional que trabalha diretamente com a dor e o sofrimento do outro ao vivenciar uma relação empática ele também pode sofrer e por isto deve ter a capacidade de ser resiliente.
Na resiliência o sujeito passa por uma situação de sofrimento, aprende a lidar com ela e assim pode crescer e sair fortalecido desta situação.
Neste processo todo, é extremamente importante que o enfermeiro desenvolva sua capacidade de comunicação e vão ser fundamentais tanto a comunicação verbal como também a não verbal.
O enfermeiro tem que aprender a ler nas entrelinhas pois o paciente se utiliza muita das mensagens não ditas para nos comunicar algo importante do seu tratamento e da sua vida. O silêncio ou a negativa pode ser um sim nos mostrando seu sofrimento, sua angustia ou sua dor.
O planejamento e a sistematização da assistência têm que ser uma atividade conjunta do profissional com o assistido. É através da visita diária ao paciente, da conversa com o mesmo, que instalado e desenvolvido.
Quando o enfermeiro visita seu paciente esse sente-se valorizado, acolhido e incluído em seu próprio tratamento.
O homem precisa pensar a sua doença e a sua recuperação, tem que aprender a estabelecer relação consigo mesmo, precisa construir sua história sócio-pessoal, tem que reconhecer seu problema e saber o que fazer com ele.
O enfermeiro como educador tem que ser um facilitador deste encontro do paciente consigo mesmo e isto será possível através da empatia, da relação interpessoal terapêutica e dos processos de comunicação.
Quando conseguimos fazer tudo isto em benefício do paciente sentimos que a beleza de ser enfermeiro é ser enfermeiro apesar de tudo.
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