top of page

O enfermeiro é importante para o paciente?

  • Prof. Claudio Brazil
  • 10 de fev. de 2016
  • 3 min de leitura

Uma das mais relevantes atividades do enfermeiro que deseja ser proativo, presente e importante para a pessoa sob seus cuidados é a de aprender a entrar no quarto da mesma e visita-la todos os dias para compreender o seu sentir.

Quando somos acadêmicos de enfermagem nos ensinam, geralmente com muita competência, a puncionarmos veias, a fazer sondagens, verificar os sinais vitais e outras técnicas, mas dificilmente somos ensinados a escutar o paciente, seus sentimentos, suas dúvidas, sua dor, suas preocupações e até mesmo seus amores, ou seja, tudo aquilo que pode estar tendo influência no seu dia, na sua doença, na sua esperança, e por consequência na sua plena recuperação.

Podemos ter excelente domínio da técnica e da teoria, mas se não estivermos junto do paciente conhecendo suas aflições de pouco serviremos a ele.

O homem por ser bio-psico-social-espiritual quando busca atendimento pode priorizar uma destas áreas, mas é o equilíbrio entre todas elas que vai proporcionar. A ele um completo bem-estar e uma condição de vida mais saudável.

O enfermeiro tem de assumir esta responsabilidade e ser o profissional responsável pelo “seu João da ulcera e não pela a ulcera do seu João”.

A nós enfermeiros cabe o cuidado com o homem da doença e não com a doença do homem embora esta faça parte também da nossa atenção e do nosso FAZER.

As instituições quando contratam o enfermeiro, esperam que ele seja um bom gerente do serviço e pouco cobram de sua assistência ao paciente. Os enfermeiros em sua maioria, ou quase, se acomodam a esta situação até por ser menos estressante do que é o cuidado direto ao paciente onde muitas vezes coloca em Xeque sua própria personalidade e seu próprio “EU”.

Sei que neste momento muito dos colegas que estão lendo, não estão concordando, mas eu pergunto a eles se visitam e escutam seus pacientes diariamente? Além do quadro principal da doença, sabe, o que está preocupando os mesmos?

Minha experiência hoje como idoso e como paciente, ou familiar de paciente convivendo com hospital. Agora do “outro lado do balcão” posso afirmar que os enfermeiros muito pouco vão ao quarto e escutam seus pacientes, e quando vã á a famosa pergunta: Dormiu bem? Xixi, cocô. Viram as costas e vão embora.

Isto eu vivenciei em uma conceituada instituição hospitalar ligada a uma também conceituada instituição de ensino, e por isso fiquei preocupado e resolvi escrever neste espaço.

O enfermeiro não pode ficar restrito ao posto de enfermagem e ao computador abandonando os pacientes ou assistência direta aos mesmos. Somos profissionais extremamente importante para os pacientes, para ficarmos presos ao posto de enfermagem gerenciando o serviço para instituição e não fazendo assistência direta para o paciente.

Podemos delegar muita coisa menos a assistência, pois é para isto que estudamos durante tanto tempo e nos preparamos muito.

Sugiro a academia, seus pesquisadores ou mesmo um TCC, uma pesquisa com os usuários do serviço de enfermagem nas instituições hospitalares para investigar o quanto eles sabem sobre o enfermeiro e o seu Fazer. Eu até posso imaginar o resultado.

A etimologia da palavra enfermeiro nos mostra que enfermeiro é aquele que cuida do enfermo, já sinaliza onde somos importantes no processo instituição x paciente. Como ensinava meu mestre Wilson K. de Paula o enfermeiro sempre tem que ser o “advogado” do paciente, estar sempre ao lado do mesmo. Muitos colegas vão afirmar que gerenciar o serviço também é uma forma de assistir, e eu concordo, mas não consigo entender como alguém pode fazer um planejamento ou gerenciamento de um serviço sem ir até o quarto e escutar o paciente sendo ele o principal motivo de nosso trabalho.

As instituições vão cobrar nosso papel de administrador do serviço, porém vamos mostrar nossa importância na administração da assistência, planejando nosso trabalho escutando o paciente e sempre colocando como principal e o centro de nosso fazer sem nunca esquecer que a beleza de ser enfermeiro é ser enfermeiro apesar de tudo.

Comments


Por Trás do Blog
Procurar por Tags

© 2016 por "Prof. Claudio Mairan Brazil".

bottom of page