Estamos sendo Enfermeiros?
- Claudio Brazil
- 18 de jan. de 2016
- 2 min de leitura
O Título deste artigo, visa, mais do que provocar, chamar a atenção dos colegas enfermeiros, acadêmicos de enfermagem, e principalmente dos formadores, para que seja feita uma reflexão sobre como estamos desenvolvendo o nosso trabalho no diário das instituições e no atendimento do paciente, aquele que sofre.
Sou enfermeiro desde 1972 e sempre acreditei que exercer a enfermagem é estar junto ao paciente, e isto eu fiz durante alguns anos e o que sempre ensinei como professor na faculdade de enfermagem durante a maior parte de minha vida profissional.
Hoje após estar aposentado desde 2008, me questionei e tenho grande dúvida de qual é a função do enfermeiro em uma instituição. Esta dúvida surgiu porque com o passar do tempo e a evolução da idade passei de assitente a assitido nova posição nõa vi o enfermeiro trabalhando comigo ou com meu familiar.
Será que o papel do enfermeiro mudou? E se mudou será que o técnico de enfermagem passou a se chamar ENFERMEIRO, pois é ele que vai até o quarto e cuida do enfermo. Estive em mais de uma instituição e poucas vezes vi o enfermeiro no quarto do paciente.
Sinceramente não sei como ele pode planejar a assitência se não vê o paciente. Não sei como pode fazer a administração da assistência sem entrar no quarto onde esta o paciente e seus familiares.
E o papel de Educador que faz parte da essência do ser enfermeiro como é executada sem ter o contato com o paciente?
Como o aluno de enfermagem esta sendo preparado para estabelecer uma relação terapêutica com seu paciente? Como faz uma relação empática? Como trabalha a resilência?
Você que é acadêmico de enfermagem esta preparado para entrar o quarto do paciente e assisti-lo? E sente-se preparado para fazer isto depois de formado?
Este questionamento vem porque muitos enfermeiros hoje foram meus alunos e criticavam os enfermeiros que não assistiam e só faziam "chefia" e hoje repetem o modelo que criticavam.
Uma coisa tenho certeza, o campo para o enfermeiro é grande, mas tem que ser junto ao paciente pois se não for assim a tendência é acabar e dar espaço a outros profissionais.
Você que é enfermeiro, visita seus pacientes todos os dias e planeja sua assitência de acordo com o que viu e escutou? Se a resposta para você mesmo for NÃO, o que você está fazendo com sua profissão?
O enfermeiro tem que trabalhar com o homem da doença e não com a doença do homem, e isto só é possível com a relação interpessoal terapêutica, ou seja, se você não vê o seu paciente e o assite você não é enfermeiro no significado desta palavra.
Esta reflexão é um convite para fazermos uma enfermagem melhor, pois a beleza de ser enfermeiro é ser enfermeiro apesar de tudo.

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